Olegário Toloi de Oliveira, o Dudu, é um dos maiores ícones do Palmeiras, e esteve em Indaiatuba no último de 17 e gentilmente conversou com o além do Jogo.
Acompanhando o time do Ypiranga, a convite do Maurão Pardal, Dudu passou a tarde no Esporte Clube XV de Novembro.

Dudu, hoje com 70 anos teve uma carreira magnífica no Palmeiras. Vindo do Ferroviária de Araraquara, chegou ao Verdão em 1964 e formou com Ademir da Guia a dupla de meio-campistas mais espetacular que este país já conheceu. Conquistou pelo Palmeiras os títulos Paulistas de 66,72 e 74, Brasileiros de 72 e 73, além do Robertão e Taça Brasil de 67, entre vários outros títulos. Encerrou a carreira de jogador em 1976 e assumiu o comando técnico do Palmeiras no mesmo ano, sagrando-se campeão paulista também como treinador.
Foi um marcador dos mais implacáveis, um guerreiro dos mais incansáveis, um líder dos mais respeitados da história do futebol, pelos companheiros e pelos adversários. Enquanto Ademir da Guia dava o toque de magia à meia-cancha, era Dudu quem carregava o piano, gritava com o time e peitava qualquer adversário.
Uma das histórias mais espetaculares sobre Dudu foi na final do Paulista de 1974. O Corinthians estava num jejum de 20 anos sem ser campeão paulista, e sua torcida ocupou mais de 80% do Morumbi. A final contra o Palmeiras era tudo que a torcida deles queria sair da fila em cima do Palmeiras. Chovia em São Paulo, e o Juiz marcou uma falta perto da área a favor do Corinthians. Rivelino, também conhecido como a “patada Atômica”, tal a potencia de seus chutes, correu para a bola e disparou. Encharcada, a bola de capotão pesava bem mais que o normal, e atingiu Dudu em cheio no rosto. O camisa 5 do Verdão foi a nocaute.
Carregado para o lado das traves de Leão. Dudu ainda estava sendo atendido pela equipe médica, quando o juiz assinalou outra falta para o Corinthians, mais ou menos na mesma posição. Rivelino novamente pegou a bola. Dudu, ainda zonzo, se desvencilhou dos médicos, que ainda não estavam certos de sua condição, entrou correndo no campo e foi o primeiro a se portar para formar a barreira, inclinado o corpo para frente, como que desafiando o adversário. O Morumbi, perplexo, se calou. Rivelino então correu para a bola, armou o chute... e fez um chuveirinho para a área, que não deu em nada. A torcida do Corinthians emitiu um som de decepção, e a do Palmeiras foi ao delírio. Final de jogo, Palmeira 1 x 0 Campeão!!!
30 anos depois, a Academia de História do Palestra fez um jantar em homenagem ao ídolo, onde Dudu foi perguntado sobre o Lance, Dudu, humilde disse que não fez aquilo para desafiar Rivelino como ficou parecendo, que ele apenas quis ir para a barreira para proteger a meta do Palmeiras.
Em 26 de janeiro de 1976, Dudu fez sua última partida pelo Verdão
Foi com esta mesma humildade e com muita simpatia que este Ícone palmeirense conversou comigo e alem da foto ainda respondeu a algumas perguntas:

1) Dudu fiz aqui um resumo da sua história gloriosa enquanto jogador, o que você fez quando parou de jogar?
Resp.: Fui treinador durante aproximadamente 15 anos, passando por Palmeiras, Ponte Preta, América-RJ e Coritiba.
2) Porque encerrou a carreira de treinador tão cedo?
Resp.: Por questões financeiras, naquela época os times do interior não tinham muito recurso financeiro e por ser da capital eu praticamente estava pagando para trabalhar.
3) Você me disse que fez parte da Associação de Ex-atletas profissionais. O Que esta associação fazia?
Resp.: Trabalhos sociais juntos as crianças de baixa renda, onde procurávamos ensinar como jogar futebol, mas principalmente nos preocupávamos em tirá-los da rua.
4) E hoje qual a sua atividade?
Resp.: Hoje sou supervisor de esportes na subprefeitura de Santo Amaro, onde temos um projeto chamado Clube Escola.
5) Fale um pouco deste projeto.
Resp. São Paulo é dividida em subprefeituras, são 31 subprefeituras e em todas elas este projeto foi implantado, o clube escola não é somente do futebol, são várias modalidade como vôlei, basquete, futsal, ginástica aeróbica, karate e muito mais, atualmente o projeto beneficia aproximadamente 230 mil pessoas. É um projeto social, mas onde fazemos parceria com núcleos de treinamentos de competição e se o atleta demonstra potencial técnico o encaminhamos para estes núcleos, que desenvolvem trabalho direcionados á olimpíada de 2016.
Dudu, eu te agradeço imensamente por esta entrevista, e lhe desejo muita saúde para que você possa continuar compartilhando esta sua vitalidade e sabedoria.
Agradeço pela matéria e as fotos, estão muito boas, manda um grande abraço ao Mauro Pardal.